
Bordados de Cardielos em filme
por Marisa Ribeiro
A Ao Norte, em parceria com a Câmara Municipal, realizou uma série de filmes com as tradições com maior impacto no Concelho.
O bordado foi desde logo incontornável. Falar bordado e não falar de Cardielos era imperdoável. Por isso, esta associação de produção e animação audiovisual esteve em Cardielos, em 2012, a recolher testemunhos e práticas de algumas bordadeiras de Cardielos.
Entretanto o filme ficou pronto e esteve aos olhos do público. A produção “Bordado de Viana” serviu para iniciar um ciclo de exibições com o resultado do trabalho de campo feito.
Durante uma semana, de 1 a 5 de julho, o teatro Sá de Miranda acolheu estreias na semana do cinema etnográfico. O presidente da Câmara esteve entre os convidados, a presidente de Junta de Cardielos não podia faltar e outras tantas pessoas associaram-se, ou porque participaram ou porque quiseram ver com que tradições se cose Viana do Castelo.
Às cardielenses coube não só mostrar como se borda, como também lembrar a necessidade que as levou a dedicar-se a tão nobre e minuciosa arte. Recordaram tempos antigos, lembrando que ainda hoje o fazem, contudo em moldes e com objectivos diferentes. Naturalmente, o bordado foi seguindo a sua história, adaptando-se à moda com requinte e bom gosto. O início desta arte remonta a 1917 quando Geminiana Branco, com a Cruzada das mulheres, criou ateliers de ensino e venda de bordados.
Estes filmes têm como objectivo a divulgação das tradições e mais valias vianenses, pelo que foi um ciclo de identidade e memória. Entre a coletânea existe o bordado de Viana, águas em conta, S. João d’Arga, Argaço. “O ciclo agora apresentado é o resultado desse encontro com uma câmara que não toma partido, mas observa e interroga”, lê-se na brochura promocional da “Semana do cinema etnográfico”
Precisamente o Presidente da Câmara frisou logo na estreia que “a parceira da Ao Norte e da Câmara é importante para que tenhamos memória e o álbum de memórias bem preservado. Desejo que o Museu do Traje continue a fazer este trabalho de preservação da memória”.
Isto porque o cinema documental permite “fixar uma memória que possa ser transmitida de geração em geração”, foram as primeiras palavras desta estreia, que se ganham forma e razão de existir a cada dia.