Presidente da Junta com trabalho de casa para a sensibilização

por Marisa Ribeiro

A convite do Jardim de Infância e da escola EB 1 Igreja Cardielos, a Presidente da Junta, Alexandrina Castilho, colocou-se no patamar das crianças para lhes contar uma história sobre “o dia em que a mata ardeu”. O evento integrou-se na semana da leitura promovida por este local de ensino, sendo que esta visita ocorreu na segunda feira, 30 de Maio.

Qualquer semelhança com a realidade é pura ficção, o certo é que o tema escolhido pela Presidente da Junta não foi deixado ao acaso. Na memória das pessoas ainda persiste o cenário negro deixado pelo último Verão, 2010, que devastou o monte de Cardielos.

As histórias infantis continuam a fazer parte não só do imaginário das crianças, mas também dos adultos porque têm carácter proveitoso. Nesse sentido, várias escolas do Concelho de Viana promoveram semanas da leitura onde optaram por convidar os autarcas para mostrar os seus dotes em contar histórias e evidenciar que as letras também lhes são queridas.

Usando a curiosidade das crianças, Alexandrina Castilho foi colocando o tom de voz para captar a sua atenção. O objectivo não foi conquistar votos, tal qual de uma campanha política se tratasse, pelo contrário, foi convencer e levar as crianças a serem protectoras da natureza. “No dia-a-dia não é fácil chegar e convencer as crianças e nem é com discursos que isso se faz, mas antes pelo exemplo e boas práticas”, advertiu a Presidente.

A mata desta história de José Fanha pode ser qualquer uma das áreas que anualmente são engolidas pelo poder das chamas, muitas vezes com a mão subtil, mas criminosa dos humanos. A história em si apresenta uma caracterização colorida e diversificada da mata que alberga plantas e animais, “todos fazem parte de uma grande família, que é a família da Natureza”, como pode ler-se.

Neste belo cenário aparecem os pássaros maus, Bisnaus, que pegam fogo por negligência e descuido à mata, num piquenique. Esta situação retrata perfeitamente o nosso quotidiano e alerta para os cuidados que se devem ter por respeito à natureza. Esta permite momentos de alegria e descontracção que não podem servir para atear o egoísmo e o desmazelo para com a amiga natureza.

Como muitas vezes se pode constatar pelos exemplos que brotam da realidade, esta família de pássaros malignos poluiu e por descuido acabou por desencadear o incêndio, com um cigarro. Para esconder a culpa fugiram, porém, um pássaro viu os sinais de alerta e chamou os bombeiros para socorrer “a mata que é de todos nós e todos devíamos ter o cuidado de tratar muito bem”.

Assim, fica a mensagem de que a natureza deve ser respeitada e não abusada. Neste sentido, a Presidente colocou uma série de questões à assistência júnior para que possam ser portadores desta mensagem junto de familiares e amigos, como tão bem o fazem. Além do mais, deixou conselhos que alertam para o facto de não ser correcto fazer lume na floresta ou deixar lixo pelo que importa alertar as pessoas para uma utilização adequada dos espaços florestais. Deve também ter-se em conta que não se deve danificar a vegetação nem fazer muito ruído que assusta os animais.

À população em geral a autarca pede que “limpemos terrenos porque somos todos responsáveis pelo que fazemos e, por isso, importa adoptar medidas preventivas. Da mesma forma, quem mora perto da floresta alerte as autoridades para comportamentos suspeitos que podem originar consequências negativas”, rematou.

O Dia Mundial da Criança festeja-se a 1 de Junho, contudo, não é só esse dia que lembra o quão recompensador é trabalhar com este público porque “as crianças de hoje serão os homens de amanhã”, mas querem-se formadas para a preservação do ambiente, trabalhando por um mundo melhor e sustentável. Durante a sessão, as crianças mostraram a sua genuinidade e participaram activamente. Com o interesse despertado, a Presidente de Junta desafiou as crianças a criarem a sua floresta perfeita em sala de aula passando para o papel aquilo que lhes vai na alma.