Mapas traçados para a Rota das Bordadeiras

por Marisa Ribeiro

O Grupo das Bordadeiras de Cardielos organizou o I BTT Rota das Bordadeiras, com 225 BBTistas, e Passeio Pedestre, com cerca de 60 pessoas, a 4 de Março. No passeio pedestre caminhou-se rumo a S. Silvestre, enquanto os das bicicletas andaram nas imediações de S. Lourenço da Montaria, percorrendo um total de 40 km.

Foi uma iniciativa inédita em Cardielos. Para ser a primeira edição da prova de BTT, o número de participantes ultrapassou as expectativas e deixou boas pistas para uma nova edição com mais adesão e com possibilidade de limar pequenas arestas que, como é natural, falharam no primeiro ensaio.

O Grupo das Bordadeiras muniu-se de vários apoios para alcançar o sucesso nesta iniciativa. Pediu ajuda ao grupo de ciclistas dos Queimados para não queimar a ficha a marcar os trilhos e parece que foi bem conseguido, mesmo que alguns se tivessem perdido pelas voltas e paisagens fascinantes de Cardielos, Nogueira, Outeiro, Gondar, Dem, S. Lourenço, voltando por Nogueira até Cardielos. Na meta, atletas e bicicletas clamavam por um banho, uma fez que a chuva que caiu dificultou a prova que se esperava já de dificuldade média a alta. Assim, a Junta de Freguesia colaborou com as infra-estruturas que lhe são afetas para que o desporto falasse mais alto e levasse mais longe o nome de Cardielos. Além destes, outras instituições e grupos deram o seu apoio como: Viana cycles, via bike, Ameadella, Casa Rocha, Talho Cardielos, Granifinas, Guttenberg, Cidade Nova, BE Iprint, Frutolima, Jaime e Miguel, lda, Princesa do Lima, e tantos outros que ficaram pelo anonimato.

A fama de voar para bem longe não é difícil porque o grupo de 30 ciclistas que veio do Estoril, BTT AMAG, arranjou um autocarro de gente que promete voltar. O primeiro passo foi dado pela família Brito, de Cardielos, tendo resultado na perfeição. Assim, parece que esta prova de BTT os deixou com vontade voltar. “Eles têm ali um diamante para explorar no BTT”, contavam na viagem de regresso a casa. Também os de perto sublinharam que agora uns amigos vão convidar os outros e, por isso, é de esperar que o evento cresça.

Os Lisboetas foram impressionados com as gentes, as paisagens, a comida, a prova, as instalações e são experientes a correr o país em eventos do género. Deste modo, Carlos Brito explicou que “é necessário agarrar esta oportunidade com unhas e dentes, pois pela adesão que houve, ainda para mais sendo uma primeira edição, há possibilidade de se tornar uma prova com repercussão nacional, e como nós viemos mais virão também”. Comparativamente com outras provas com mais edições, para Carlos, esta não ficou nada atrás.

De prémios ninguém falou, porém todos os discursos fundamentaram-se no percurso. Quem nunca tinha visto, aproveitou para desfrutar da paisagem, passear e tirar fotos para a posteridade; outros para seguir o gosto pela prática deste desporto; e ainda os que são naturalmente competitivos e não se contiveram, procurando chegar nas primeiras posições. Assim, os primeiros a chegar fizeram-no quase ao meio-dia e os últimos chegaram para um almoço à moda de Espanha, bem mais tarde. Na linha da frente, encontrámos André Alves e Ricardo Vieira, ambos da Via Bike, seguidos por um elemento da equipa do Estoril (AMAG), se bem que aqui isso fosse secundário.

Todos chegaram sujos mas, uns felizes com esta rota dedicada ao prazer de andar de bicicleta; outros tristes por as bicicletas não terem aguentado todo o percurso; e outros que não sobreviveram a pedalada. Todavia é “salutar o envolvimento de toda a gente”, como frisou Carlos.

O próprio presidente do grupo anfitrião, Gonçalo Vieira, estava no final muito agradado com a prestação e principalmente com o sucesso “num troço convidativo e difícil, com paisagens lindíssimas”. “Foi tudo muito bom e o que falhou foram pormenores que agora vamos melhorar”, contou animado Gonçalo Vieira. “Gabaram tudo, foi um dia 5 estrelas e dá ânimo para prosseguir”, atentou o presidente.

O BTT é um vício saudável e como diziam os Queimados “o que importa é virmos todos juntos. Esta prova foi diferente e o que nos anima não é ganhar, é viver cada rota com desportivismo e aproveitar o que de melhor tem para oferecer”.

Esta rota das bordadeiras teve ainda um almoço convívio, em S. Silvestre, com muita animação das concertinas e da banda de Gaitas de Cardielos, em que participaram também os da caminhada que terminaram o seu trilho bem mais cedo, pelas 11h30, mesmo começando mais tarde, pelas 10h30. Integrou também o grupo Manuela Machado que faz caminhadas habitualmente e desbravou o caminho rumo a S. Silvestre.

*Escrito ao abrigo do novo Acordo OrtográficoDSC01023

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