Festa da Senhora do Amparo marcada pelos bordados
por Marisa Ribeiro
A festa de Nossa Senhora do Amparo, organizada pelos lugares de Cotama e Chielos, teve este ano uma profunda ligação com a arte de bordar, característica em Cardielos, ou não fosse a terra dos bordados.
Os lugares organizadores são pequenos, mas conseguiram fazer uma festa à altura “para honrar Nossa Senhora”, conforme salientaram os membros da Comissão de Festas. Foi uma festa feita à medida das posses e onde todos marcaram presença, dentro das possibilidades.
Falámos concretamente da presença assídua do executivo cardielense, que contribuiu, como de costume, com recursos financeiros e humanos, para propagar uma festa com tradição na terra, nomeadamente com presença constante da presidente de junta, Alexandrina Castilho.
Além desta, o dia de Domingo, 19 de Maio, conheceu três rostos incontornáveis do Concelho. De manhã, participaram na Eucaristia de festa D. Anacleto, como presidente, e o presidente da Câmara, José Maria Costa, que é com muita satisfação que se dirige a Cardielos ao ver obra feita e, ao mesmo tempo, a preservação de tradições.
Na procissão, à tarde, foi Ana Margarida Silva, vereadora dos recursos humanos, saúde, voluntariado, solidariedade social e serviços urbanos, que representou a Câmara Municipal que se congratula com estas formas de religiosidade popular que envolvem muitos agentes e servem para enobrecer cada terra.
Este ano Cardielos esteve mais rico, não quer dizer que fosse em verbas, porém em tradição. Quem passou por Cardielos pôde ver o cartaz de festa bordado, exposto na igreja paroquial. A ideia inovadora foi a forma encontrada para conjugar tradição e modernidade, como sublinhou Isabel Cairrão, da comissão, que teve a sua cota parte neste trabalho minucioso juntamente com Glória, ambas do lugar da festa.
A alusão aos bordados permitiu igualmente “homenagear também as bordadeiras e os bordados”, prosseguiu Isabel. De facto o cartaz até esteve exposto no museu do traje, em Viana do Castelo, dada a originalidade do recurso à silva. Esta foi uma réplica de uma saia bordada, já muito antiga, também de uma moradora do lugar.
Os bordados continuaram a manifestar-se durante os dias de festa e na véspera. A procissão de velas, a 16 de maio, teve também uma nuance desta conseguida homenagem a bordados e bordadeiras já que, no tapete florido, os motivos assemelhavam-se a uma saia bordada o que é sinal que as mãos das cardielenses são boas a bordar com linha ou até com flores.
Todos os dias expuseram os seus trabalhos bordadeiras, e não só, numa feira de artesanato que foi mais um ponto de encontro com o tema.
Quando as pessoas se interessam por preservar a história e rostos que a compõem é sinal que as tradições não morrem, mas que dão identidade e orgulho às gentes da terra.
Com agrado, os membros da comissão de festas foram ouvindo os elogios e percebendo que a aposta na tradição das tradições em Cardielos foi aposta ganha e alvo de muitos comentários positivos, permitindo reforçar o papel de Cardielos como terra dos bordados.