Microcrédito para macro mudanças

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por Marisa Ribeiro

A Junta de Freguesia de Cardielos promoveu, em conjunto com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), no passado dia 1 de Fevereiro, no salão da Junta, uma sessão de esclarecimento sobre o microcrédito para os cardielenses que pretendem montar o seu próprio negócio.

Dra. Marta e Dr. Luís Serra a conduzir a palestra
A conjuntura actual tem dado azo à ideia de que a criação do próprio negócio pode ser uma solução para as dificuldades que se sentem ao nível da obtenção de emprego, ou da libertação da pressão e constrangimentos que o trabalho por conta de outrem acaba por criar. Ainda assim, há aquelas pessoas que têm dentro de si uma veia inovadora e criativa à qual nunca puderam dar asas, o que não quer dizer que tenham de possuir uma formação superior, dado que em muitas situações a experiência pode marcar a diferença, sendo a vontade e capacidade de trabalhar uma exigência.

O aumento do número de desempregados e a crise económica são um flagelo nacional que está a afectar a sustentabilidade das famílias, obrigando-as a “apertar o cinto” e a buscarem outras fontes de rendimento. Cardielos não é excepção, com um número de desempregados que tem vindo a crescer.
Assistência atenta

Neste sentido, a Dra. Marta técnica da ANDC da zona Norte, e o Dr. Luís Serra da Câmara Municipal de Viana do Castelo, a quem pertence a coordenação dos projectos no distrito de Viana do Castelo, vieram até Cardielos para explicar o que é o microcrédito, e suas potencialidades, a cerca de quinze possíveis futuros empreendedores.

Sobre estes, a Presidente da Junta, Alexandrina Castilho, não deixou de sublinhar que quem estava ali se sentia “de alguma forma motivado a criar ou a fazer algo diferente, podendo a sessão de esclarecimento servir de estímulo para quem
quer fazer algo diferente e não sabe como”.

Apesar de já ter doze anos em Portugal, o microcrédito é um conceito inovador que foi importado do Bangladesh, uma ideia original do Professor Muhammad Yunus, e fomenta o empreendedorismo e autonomia individual. Mesmo assim, não se dirige a qualquer tipo de empreendedor porque o trabalho desenvolvido dirige-se apenas aos excluídos do crédito comercial tradicional.

O fomento da inserção social via iniciativa económica é feito com a concessão de um empréstimo até um máximo de 12.500,00€, através do Millenium, Caixa Geral de Depósitos e BES, para que o micro empresário possa montar a sua empresa e comece a pagar um meses depois até ao limite de quatro anos.
Sala de reuniões da Junta

A ANCD é pois a instituição sem fins lucrativos que apoia o acesso ao microcrédito, mas que faz um acompanhamento pré e pós concessão do crédito de forma a garantir o amadurecimento e consistência das ideias de negócio. No entanto é também uma preocupação desta instituição acompanhar a evolução do negócio e pagamentos do empréstimo, nunca desamparando o empreendedor. O processo desde a identificação dos candidatos ao microcrédito e o apoio na elaboração e análise do plano de negócio até à concessão do crédito em si demora cerca de três meses.

Esta pode ser uma ferramenta útil no combate à exclusão, pobreza e desemprego porque às pessoas nestas situações, em condições normais, o crédito tradicional é barrado.

É nesta óptica de pensamento que a Presidente de Junta destacou a ponte importante que pode ser conseguida entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal para apoiar esta ferramenta e criar outras ideias que sirvam os interesses da população.

Para mais informações sobre o microcrédito aceda a www.microcredito.com.pt ou www.cm-viana-castelo.pt ou esclareça as dúvidas com o Dr. Luís Serra às quartas feiras na Câmara Municipal de Viana do Castelo.