Paisagens invejáveis no I trail de S. Silvestre

por Marisa Ribeiro

O grupo folclórico das bordadeiras da Casa do Povo de Cardielos, VianaCycles e os Queimados encabeçaram a organização do I trail de S. Silvestre. A 9 de Dezembro, domingo, 209 atletas percorreram 25 km exclusivamente por trilhos de montanha, com o monte de S. Silvestre, em Cardielos, a ser a orientação principal. Numa paisagem idílica para os amantes deste desporto, Abílio Pereira, das Águias de Alvelos, acabou por se sagrar o grande campeão com o tempo de 1:59.36.

A prova foi apresentada com um elevado grau de dificuldade e, por conseguinte, não acessível a todos. Mesmo assim inscreveram-se perto de 300, mas, por questões logísticas, puderam participar pouco mais de 200 pessoas. Na partida, os 209 atletas estavam confiantes e a festa fazia-se no recinto. O aquecimento trouxe uma grande movimentação ao adro da igreja, bem antes das 9h, e grande expectativa para ver os resultados duma competição nunca antes feita por terras de Cardielos.

Passadas quase duas horas depois das badaladas de partida, viu-se chegar o primeiro atleta, Abílio Pereira (1:59.36). Para chegar vitorioso, o atleta, a participar pela primeira vez num trail, mas campeão nacional do circuito de montanha, teve de passar por terras de Samonde, Perre, Outeiro, Nogueira para chegar à meta em Cardielos. O segundo lugar da geral foi ocupado por Albino Magalhães da Salomon Portugal (2:00.54) e no terceiro lugar ficou Diogo Fernandes, que participou sem associação a qualquer equipa e completou 2:06.47.

Na linha de chegada, o vencedor esclareceu: “estou muito contente foi duro e técnico, mas ao mesmo tempo foi gratificante, com paisagens lindíssimas”. Ideia que, de resto, foi sobressaindo nos vários depoimentos recolhidos, com grande enfoque nas paisagens únicas.

De resto, a organização também foi acarinhada e as pequenas falhas passaram para segundo plano porque a prova teve tanto de dura como de compensadora e desafiante, invejada pelos praticantes deste desporto. O balanço da organização foi positivo e fica já o pensamento para organizar eventos semelhantes, sempre que se reúnam os apoios essenciais para uma prova desta envergadura, explicou o presidente do grupo folclórico organizador.

Para o presidente, Gonçalo Vieira, “foi um desafio ambicioso lançado aquando do I BTT rota das bordadeiras”. Ambicioso e trabalhoso que, sem os apoios financeiros, técnicos e humanos seria impossível realizar, como ressalvou. Inclusivamente, os balneários da Junta de Freguesia foram postos à disposição dos atletas para se poderem refrescar após uma prova dura onde muitos aranhões se ganharam, muitas quedas se deram, mas felizmente não contou com feridos graves.

Além de tudo o resto, o objetivo de trazer pessoas de fora e mostrar a potencialidade para um trail do monte de S. Silvestre foi atingido.

Este desporto está em crescente, encabeçado pela bandeira que é o Carlos Sá, senão veja-se o sucesso de grande Trail da Serra d’Arga do qual é o mentor, explicou Gonçalo no rescaldo do evento.

Se Carlos Sá é referência no trail, Manuela Machado é uma referência sempre que há provas desportivas na zona. Neste caso, a madrinha desta competição e Cardielense de gema Manuela Machado, acabou por se sagrar campeã na categoria de veteranos femininos, terminando no 58º posto com 2:42.51, lado a lado com o irmão José Machado, 57º classificado, dois bons resultados dos dois representantes da terra.

No final da prova, tempo para um almoço convívio no ponto mais alto do monte. Enquanto os atletas se orientavam nas montanhas, um grupo, essencialmente feminino fez uma demonstração de Zumba no adro da igreja paroquial permitindo atenuar o hiato até à chegada dos atletas. Muita música, muito desporto, muita festa, muita gente, logo balanço positivo no I trail de S. Silvestre.

Podem consultar os restantes resultados, até por categorias, e fotos do evento no site do trail (http://www.trailssilvestre.pt.vc/)