«Trave os ladrões antes que o roubem a si»
por Marisa Ribeiro
As residências particulares dos Cardielenses têm-se mostrado um atractivo para os ladrões que parecem estar muito atentos em atingir os alvos apetecíveis. Cada vez mais se verifica não ser necessário esperar os meses de férias para os ladrões atacarem. Dia após dia, surgem novas técnicas e tácticas de levar aquilo que é dos outros. Toda a atenção é pouca e, por isso, importa seguir os conselhos das autoridades porque não adianta trancar as portas depois da casa roubada.
Já não chega uma mão para contabilizar o número de residências que têm sido invadidas por desconhecidos que à saída levam o que não lhes pertence e deixam desgostosos os que trabalham para conseguir juntar algumas economias. Nos últimos tempos, a freguesia tem assistido a vários casos de roubos ou burlas, noutros a apenas tentativas. A própria Junta de Freguesia já foi, por duas vezes, uma tentação para os ladrões que entraram por um lado e saíram por outro de mãos a abanar. A presidente mostra-se preocupada com este fenómeno crescente fazendo soar “o alerta para cumprir os cuidados básicos”.
Além deste caso, há referência a outros em residências particulares onde se contam elevados prejuízos, comummente monetários, para além do desgosto, contudo, o modo de agir não tem sido uniforme. De facto o recurso ao assalto vê-se confrontado com a burla, onde se consegue a extorsão de dinheiro enganando as pessoas, normalmente os mais desprotegidos. O assalto tem por base a rapidez e a oportunidade para ser executado, já na burla há uma interacção que envolve de tal modo as pessoas que leva a serem elas próprias a entregarem o que têm.
Em casa ou na rua, a melhor forma de agir é estar atento e informado das regras que as entidades de segurança propõem para evitar males maiores. Todos já ouviram falar na importância de fechar as janelas e portas sempre que se sai de casa; em colocar um óculo e uma corrente de segurança na porta; em não deixar entrar pessoas suspeitas ou desconhecidas, sem ter a certeza de quem são; e em ter alguns números de telefone à mão para poder comunicar com alguém, principalmente com a polícia. Ideal é conseguir catalogar os objectos de valor existentes anotando o número de série e ainda criar as próprias defesas para o caso de algum a casa ser invadida.
Por exemplo: colocação de obstáculos internos que impeçam a abertura de portas, quando se ausentar; distribuição de equipamentos que façam barulho quando as portas e janelas forem forçadas; colocação de peças de madeira em janelas e portas que deslizam sobre trilhos, de forma a impedir o seu deslizamento; execução de um furo na caixilharia no ponto de intersecção das vidraças e introdução de um prego ou parafuso resistente como tranca adicional ao fecho existente; e travamento das janelas basculantes através da fixação da haste de accionamento por um cadeado ou outro mecanismo (corrente, arame, etc.). Parecem conselhos muitos simples e que se dão aos mais novos, todavia os mais velhos também se descuidam e nem sempre os cumprem ou têm em atenção.
Quando o período é dedicado a umas férias, a conduta deve ser um pouco diferente porque não se deve deixar transparecer que a casa está vazia. Se a ausência for por vários dias é importante informar a força policial da zona, que tem uma modalidade de segurança em que “vigia” a casa daqueles que vão de férias. Da mesma forma, não se deve deixar mensagens em local visível que dêem pistas sobre o paradeiro e sobre a ausência, não deixando também acumular a correspondência na caixa do correio.
Se for contactado / abordado por um ou mais desconhecidos, evite dar informações para não cair no conto do vigário. A maioria das vezes os burlões vêm com a história toda sabida porque alguém lhes deu as informações, caindo na teia por eles montada. Nesse contacto com desconhecido(s), deve-se estar atento às suas características para o (s) poder denunciar e, sobretudo, não se deixar envolver pela história que parece ser verdadeira mas só o é porque as pessoas dão informações a quem não devem.
Contudo, não é só em casa que estas situações delicadas acontecem daí que na rua deve transportar consigo apenas o dinheiro necessário; evitar o uso de objectos de valor, de carteiras na mão ou no bolso, de forma visível; evitar circular sozinho na rua, principalmente de noite; evitar dar informações sobre a sua vida ou a vida dos outros a pessoas estranhas; transportar as malas e sacos do lado oposto à faixa de rodagem; circular sempre pelo lado interior dos passeios; e nos transportes públicos, manter a carteira e outros bens junto de si.
Ficam assim descritos os conselhos teóricos para que os possa pôr em prática evitando as burlas e os roubos. As circunstâncias assim o exigem, portanto em qualquer situação esteja atento e proteja-se.